João Lucas Leite
09/04/2023
Coreia do Norte, um país cujo somente o nome causa no seio dos ouvintes e da população geral, repulsa. Surgem imediatamente adjetivos como "autoritarismo", "totalitarismo", "ditadura", em suas cabeças. Um país internacionalmente conhecido pela "loucura de seu líder". O que há de tão especial em um país duas vezes menor do o que o estado de São Paulo que o faça ser tão temido e demonizado?
A República Popular Democrática da Coreia
República Popular Democrática da Coreia (RPDC; em coreano: 조선민주주의인민공화국; hanja: 朝鮮民主主義人民共和國; transl. Chosŏn Minjujuŭi Inmin Konghwaguk), um país de 120.540 km², cuja capital é Pyongyang. Um país jovem, surgiu em 1945, produto direto da Segunda Guerra Mundial, resultado da separação da Península Coreana entre os países ganhadores do conflito, Estados Unidos e União Soviética.
Vulgarmente conhecida como Coreia do Norte, que divide sua fronteira com Rússia, China e Coreia do Sul(República da Coreia), o país é resultado de uma separação artificial. Antes, Coreia do Sul e Coreia do Norte formavam um único país - a Coreia -, entretanto, após a invasão do Império Japonês, o país tornou-se uma colônia. O Japão, juntamente com a Itália e a Alemanha Nazista, formavam o Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial, e guerrearam com as forças Aliadas, compostas, principalmente, por União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido e China. E, como muito se sabe, o Japão, juntamente de seus aliados, perderam a guerra quando em 6 de agosto de 1945 a cidade de Hiroshima, e em 9 de agosto do mesmo ano, a cidade de Nagasaki, as duas no Japão, foram bombardeadas nuclearmente pelos Estados Unidos, resultanddo na morte de 150 mil pessoas.
A Península Coreana, que até então era colônia japonesa, foi libertada pelos soviéticos. Como resultado das repressões japonesas, crescia na Coreia um enorme movimento comunista, que com a libertação do país vindo, principalmente, por conta do país dos sovietes, se intensificou. A Revolução Coreana se ascendeu. A Coreia, por conta da vitória dos aliados, foi dividida. Para combater o perigo vermelho, contra a vontade dos coreanos, foi separada pelos EUA em dois países. Um buscou desde sempre a reunificação da Coreia sobre a autodeterminação do povo coreano, esta é a República Popular Democrática da Coreia, a outra, mantendo as velhas relações de produção capitalista, era comandada por generais estadunidenses que buscavam impedir a proliferação do comunismo na Ásia.
A Guerra Fria
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as potências hegemônicas foram os Etsados Unidos e a União Soviética. Os europeus sabiam que, após a vitória da Batalha de Stalingrado pela União Soviética, a derrota dos nazistas estava agendada.
Eles não estavam errados. Após a imensa bravura do exército vermelho em Stalingrado, iniciou-se a contra-ofensiva soviética.
O mundo sabia que a vitória da URSS era inevitável. Principalmente os EUA e o Reino Unido, que com as vitórias soviéticas no front oriental, viam no horizonte uma ameaça, o "perigo vermelho". Em 6 de julho de 1944, os aliados ocidentais efetuaram o desembarque das tropas na normandia, o dia D. Em 1945, a europa oriental já estava libertada pelos soviéticos. Apressar o incio do front ocidental era preciso. Assim como chegaram até Budapest, Bucareste, Praga, Varsóvia... Os soviéticos teriam chegado em Paris, também, se os ocidentais não tivessem feito isto primeiro.
Este é o início da Guerra Fria. O combate ao avanço do socialismo no mundo. A população mundial sabia, que em menos de 10 anos depois do fim da guerra, a URSS já tinha se recuperado dos danos. A população mundial sabia do sucesso de um país comandado pela classe trabalhadora. Os trabalhadores do ocidente ansiavam por fazer o mesmo que os russos, em 1917, fizeram.
Quem não gostava da ideia eram as classes dominantes ocidentais, vendo um horizonte vermelho ameaçando a sua dominação. A guerra à ameaça vermelha partia de Washington, que invadia e financiava golpes no mundo todo, como no Brasil em 1964, no Vietnã em 1955, como também na Coreia em 1950. O mais perigoso dos países, tinha sido divido no meio. Uma parte socialista, a outra capitalista. A derrota na Península Coreana era inaceitavel para os estadunidenses. Não obtiveram a vitória, como também não provaram da derrota, foi assinado um amistício. Foi na Guerra Fria que começou a Guerra à Coreia, uma Coreia bem específica, uma Coreia comandada pelos trabalhadores.
Guerra à Coreia
A Guerra da Coreia cessou em 1953, quando foi assinado o amistício. A Guerra à Coreia, ainda acontece.
Os problemas na Península Coreana vem de muito antes, já em 1905, quando estava acontecendo a guerra entre o Império Russo e o Império Japonês, os Estados Unidos assinaram com o Japão o Acordo Taft-Katsura. Neste acordo, os Eua concordavam com a colonização japonesa da Coreia em troca da ocupação americana do Havaí (que os EUA anexaram em 1898) e as Filipinas (que os EUA haviam adquirido em um saque em 1898, no final da guerra hispano-americano). Os coreanos não foram consultados sobre esse acordo.
O Japão anexou a Coreia em 1910, tornando-a uma colônia subserviente - isso também foi sancionado pelos EUA no Acordo Taft-Katsura cinco anos antes. O domínio japonês foi cruel: é calculado que pelo menos 18 mil coreanos foram mortos por resistirem à ocupação. Os coreanos foram forçados a ter nomes japoneses e a falar apenas japonês, pois o idioma coreano foi proibido, os homens coreanos foram forçados a servir nas forças armadas e enviados ao Japão para trabalhar por salários de escravos, e dezenas de milhares de mulheres coreanas foram forçadas à escravidão sexual pelos japoneses.
Com esse histórico, os coreanos não estavam, muito otimistas por sua "libertação" da colonização japonesa, em 1945, ter vindo por parte dos mesmos que concordaram com sua colonização, os Estados Unidos.
Eles estavam prontos e dispostos a formar seu próprio governo. O Comitê para a Preparação da Independência Coreana (CPIC), formado rapidamente após a rendição japonesa, organizou comitês populares em todo o país para coordenar a transição para a independência. Em 28 de agosto de 1945, o CPIC anunciou que iria funcionar como o governo nacional da Coreia temporariamente. Em 6 de setembro, delegados de toda a Coreia, tanto ao norte quanto ao sul da linha de demarcação imposta, o paralelo 38, se reuniram em Seul para criar a República Popular da Coreia.
Mas os Estados Unidos tinham um plano diferente para a Coreia. Na conferência de fevereiro de 1945 em Yalta, o presidente Roosevelt sugeriu a Stalin, sem consultar os coreanos, que a Coreia fosse colocada sob tutela conjunta após a guerra antes de obter sua independência. Em 11 de agosto, dois dias depois que a segunda bomba atômica foi lançada, garantindo assim a rendição do Japão, e três dias depois que forças russas entraram na Manchúria e na Coreia para expulsar os japoneses como foi acordado para evitar mais baixas dos EUA, Truman ordenou ao seu Departamento de Guerra que escolhesse uma linha divisória para a Coreia. O paralelo 38 foi rapidamente escolhido. Surpreendentemente, Stalin concordou com essa partição “temporária”. Em 15 de agosto, o governo militar do Exército dos Estados Unidos na Coreia foi formado e em 8 de setembro, 72 mil tropas americanas começaram a chegar para impor a ocupação formal do sul.
Os EUA entenderam que, se fosse para afirmar o controle capitalista na Coreia, ele teria que eliminar a República Popular da Coreia, que tinha base popular, democrática e com tendências socialistas. Em vez de retirar os japoneses, como mandado, o governo militar dos EUA, dirigido por 2.000 oficiais dos norte-americanos, a maioria dos quais não conseguia falar ou entender o idioma coreano, recrutou-os rapidamente e seus colaboradores coreanos para continuar em funções administrativas. O governo militar dos EUA reviveu a temida polícia colonial japonesa, a Polícia Nacional da Coreia. Cerca de 85% dos coreanos que serviram na força policial colonial japonesa foram rapidamente empregados pelos EUA para cuidar da Polícia Nacional da Coreia.
Os Estados Unidos, rapidamente, entrou em contato com os antigos proprietários de terra coreanos, ricos, para formar um partido que estivesse aos seus interesses, o Partido Democrático da Coreia. Estes eram os coreanos que formavam o partido tinham enriquecido como consequência de anos de colaboração com seus colonizadores japoneses.
Em 12 de outubro, os EUA transportaram o coreano-americano Syngman Rhee de Washington – onde ele havia vivido nos últimos 40 anos – para Seul, para chefiar esse novo governo. Em 12 de dezembro de 1945, o governo militar dos EUA proibiu a República Popular da Coreia e todas as organizações e atividades relacionadas aos povos locais, provinciais e nacionais, incluindo todos os sindicatos. Se a República Popular da Coreia tivesse sido capaz de seguir com seu plano de uma Coreia unificada, é quase certo que o comunista Kim Il-sung teria sido eleito presidente sobre uma Coreia unificada, já que ele passou os 10 anos anteriores liderando ações de guerrilha contra os ocupantes japoneses, e era muito popular.
Prosseguiram-se eventos parecidos. O estado fantoche Sul Coreano prosseguiu com intimidações ao Norte. A Coreia do Norte e do Sul se confrontaram cada vez mais no paralelo 38 antes do início da guerra. O governo norte-coreano afirmou que apenas em 1949, o exército e/ou a polícia sul-coreana cometeram mais de 2600 incursões armadas no norte. Posteriormente, os documentos sugeriram que, no mínimo, houve vários ataques das forças sul-coreanas ao norte e que muitos, senão todos os ataques ao sul haviam sido represálias. Observe como a Wikipedia relata a briga:
“Sérios conflitos na fronteira entre o Sul e o Norte ocorreram em agosto de 1949, quando milhares de tropas norte-coreanas atacaram as tropas sul-coreanas ocupando território ao norte do paralelo 38.”
A Coreia do Sul já tinha tropas ao norte da fronteira, mas, nesta versão, foi o Norte que atacou.
O Capitão James H. Hausman escreveu uma nota informativa em agosto de 1949:
“Meu colega e eu estamos firmemente convencidos de que todos os ataques à Coreia do Sul foram represálias, e quase todos os incidentes foram provocados pelas forças de segurança sul-coreanas.”
O Coronel Min Ki Sik, Comandante Assistente da Escola Coreana de Armas disse em 1949:
“Geralmente se ouve que o Exército nunca ataca a Coreia do Norte e está sempre sendo atacado. Isso não é verdade. Majoritariamente, nosso Exército está atacando primeiro, e atacamos mais forte.”
Segundo o governo norte-coreano, o ataque contra a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950 foi uma resposta a um bombardeio de dois dias pelos sul-coreanos e seus ataques surpresa contra a cidade de Haeju e outros lugares. No início da manhã de 25 de junho, antes do amanhecer, em contra-ataque na conta norte-coreana, o Escritório de Informação Pública da Coreia do Sul anunciou que as forças do sul tinham capturado Haeju. O governo sul-coreano depois negou ter capturado a cidade e culpou um “oficial exagerado” pelo relatório. A Iugoslávia e a União Soviética propuseram que a Coreia do Norte fosse convidada para o Conselho de Segurança da ONU para apresentar seu lado da história, mas a proposta foi rejeitada.
Qualquer seja a causa, os soldados norte-coreanos cruzaram a fronteira em 25 de junho, e em 28 de junho eles estavam em Seul. O exército sul-coreano efetivamente se desfez; entre 25 de junho e 28 de junho, as forças sul-coreanas diminuíram de 95 mil homens para 22 mil, quase todas as perdas devido a deserções. O Sul teria perdido a guerra em uma semana se os EUA não tivessem intervindo.
Com os EUA intervindo na guerra, eles destruíram facilmente a precária força aérea e as defesas aéreas da Coreia do Norte e iniciaram uma campanha de bombardeio desimpedido do norte em 29 de junho de 1950, que durou três anos. Durante esse período, as forças dos EUA voaram um milhão e quarenta mil sobrevôos e lançaram 386.037 toneladas de bombas e 32.357 toneladas de napalm. Os EUA destruíram todas as cidades, todas as aldeias, todas as barragens, todas as estradas de ferro e todas as estradas da Coreia do Norte. Estima-se que 2,5 milhões de norte-coreanos foram mortos no bombardeio, a maioria deles civis.
Seu país foi arrasado, destroçado. Não havia mais um prédio de pé na República Popular Democrática da Coreia, sua infraestrutura foi arrasada pelos bombardeios estadunidenses. Mas com ajuda chinesa, eles conseguiram resistir a guerra, e em 1953, assinar o amisício. A Guerra da Coreia terminou. A guerra ideológica à Coreia, não.
Com o fim da União Soviética e do Bloco Oriental em 1991, a Coreia, que estava se reestruturando da destruição do seu país que terminou em 1953, sofreu. O país sempre sofreu diversos bloqueios econômicos, mas com o fim do bloco do qual a Coreia podia comercializar, os bloqueios foram reforçados. "Um país fechado", fechado, sim, mas por vontade própria? Um país explorado pelo Japão, depois destroçado pelos Estados Unidos, e que sofre ameaças constantes de invasão por reivindicar apenas o direito de tomar suas próprias decisões. Um país temido pelo mundo todo por possuir 55 armas nucleares, enquanto é ameaçado de invasão constatemente pela maior potência militar do mundo que possui 3750 armas nucleares. Quantos países a Coreia do Norte invadiu, financiou golpes, alterou o resultado das eleições? E quantos os Estados Unidos invadiram, financiou golpes e alterou o processo eleitoral? A resposta é bem óbvia.
Todos os dias a máquina de propaganda estadunidense trabalha para espalhar mentiras sobre este país, das mais absurdas, sem escrupulo. A mídia já chegou a noticiar que esse país já transmitiu um jogo de futebol onde ele ganhava de 8x0 do Brasil, qual a fonte desta informação? Esta "informação" foi uma piada feita por um comediante brasileiro, Maurício Cid, no seu canal do Youtube. Todos os veículos da mídia ocidental noticiaram como uma informação verdadeira. O critério para ser noticiado coisas sobre a Coreia do Norte é nenhum.
Saem na mídia noticias absurdas sobre esse país. Como é exemplo de quando foi noticiado na mídia que o país tinha proibibido sua populaçaõ de ter cachorros, ou que é proibido sorrir em um dia do ano, que o país condene a morte todos que desrespeitarem seus líderes. Quais são as fontes de todas essas informações? Radio Free Ásia(RFA), um veículo de imprensa financiado pelo governo dos Estados Unidos, criado, explicitamente, para combater "a narrativa do Partido Comunista Chinês" e "fornecer informações sobre a Coreia do Norte". Nada sugestivo, não?
A Coreia do Norte está em uma guerra ideológica com os Estados Unidos, da qual, ela claramente perde.
A máquina de propaganda estadunidense noticia suas mentiras, a fonte de suas informações é ela mesma.
Os bilhões investidos em propaganda pelos Estados Unidos vão para todos os lugares, como para os "refugiados" norte coreanos, que contam seus relatos, cheios de incongruências. Alguns deles até já confesaram que seus relatos são mentirosos, outros afirmaram terem recebido dinheiro do governo estadunidense e sul coreano para dizerem o que dizem. Muitos são obrigados a darem esses relatos, como mostra o documentário "Os Cidadãos Leais a Pyongyang em Seul", que mostra o relato de diversos norte coreanos que vivem no sul. Alguns foram sequestrados enquanto estavam na China e vendidos a Coreia do Sul, outros foram para o sul por vontade própria, entretanto, nenhum deles podem voltar ao norte. Foram separados de suas famílias e não podem voltar. A Lei de Segurança Nacional sul Coreana legaliza a opressão ou o assasinato daqueles que se opõem à ocupação estadunidense ou o regime de direita apoiado por ela, o que faz com que qualquer tipo de diálogo sobre o norte seja proibido. Os norte coreanos que chegam ao sul, sja forçadamente ou por vontade própria, são presos e induzidos a colaborarem com as forças armadas sul coreanas. São torturados se não colaborarem, segundo os relatos do documentário, e proibidos de voltar ao seu país de origem.
Ditadura Autoritária
As acusações do país ser uma ditadura autoritária são constantes, quando no país, ocorrem eleições normais, reconhecidas pela ONU. Como mostra um estudo feito pelo Centro de Estudos da Política Songun(CEPS) - O CEPS (Centro de Estudos da Política Songun) é um organismo dedicado ao estudo, discussão e disseminação da República Popular Democrática da Coreia.
É dito que o país é uma "monarquia" por conta de seus principais líderes terem sido da mesma família. O que é, além de uma análise rasa, mentira. Na constituição do país, não existe um único artigo que diga que o cargo de Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia deva ser da família Kim.
Ocorre, por parte da mídia ocidental estadunidense, um orientalismo. Uma mistificação dos povos orientais, uma pregação de preconceito com o oriente. Que é absorvida pela população ocidental, que não compreende a cultura e os processos sociais e políticos do oriente. Como é o caso da família Kim, na Coreia do Norte.
No extremo oriente, existe um grande culto a personalidade de líderes, tanto na Coreia, quanto na China, quanto no Japão. Por conta do histórico do primeiro líder da Coreia Popular, Kim Il Sung, como vimos nesse texto, e pelo culto a personalidade que existe no oriente, a família Kim é muito popular a aclamada pelos coreanos.
Diferente do Japão ou do Reino Unido, que sim, são monarquias abertamente, a constituição da República Popular Democrática da Coreia República Popular Democrática da Coreia se declara como um Estado socialista no qual o poder repousa sobre o povo e suas organizações de Poder Popular, como a Assembleia Popular (tanto a nacional quanto as locais e comitês locais), o Partido e o Exército. Sendo assim, é um erro achar que o poder está concentrado unicamente na figura do líder, muito embora essas instituições tenham, naturalmente, um líder.
O líder na RPDC não concentra o poder em suas mãos, ele trabalha dentro de uma estrutura de governança muito bem clara e organizada conforme rege a Constituição popular da Coreia.
A constituição diz, claramente, no seu artigo 4:
"A soberania da República Popular Democrática da Coreia reside nos trabalhadores, camponeses, soldados, intelectuais trabalhadores e todos os outros trabalhadores. Os trabalhadores exercem o poder do Estado através de seus órgãos representativos a Assembleia Popular Suprema e as Assembleias Populares locais em todos os níveis."
E prossegue, no artigo 6, estabelecendo que:
"Os órgãos do poder do Estado em todos os níveis, desde a Assembleia Popular do condado até a Assembleia Popular Suprema, são eleitos com base no princípio do sufrágio universal, igual e direto por voto secreto."
No artigo 10, deixa bem claro quem detém o poder do estado e os interesses desse estado:
"O sistema social da República Popular Democrática da Coreia é um sistema centrado nas pessoas, sob o qual os trabalhadores são os donos de tudo e tudo na sociedade os serve. O Estado deve defender os interesses dos trabalhadores, camponeses, soldados, intelectuais operários e todos os demais trabalhadores que foram libertados da exploração e da opressão e se tornaram senhores do Estado e da sociedade, e respeitar e proteger os direitos humanos."
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A Coreia do Norte é um país com uma história vasta, uma história de vitórias. Um país colonizado pelo Império que mais cometeu crimes de guerra na história, teve seu povo dividido arbitrariamente pela maior potência do planeta, e que segue de pé mesmo frente as inúmeras ameaças de invasão vindas dessa potência e dos bloqueios econômicos que sofre do mundo todo tentando impedir o seu desenvolvimento. Um país que é rodeado de mentiras, porque é exemplo de que o povo pode sim se levantar e apontar suas armas para aqueles que os oprimem. Um dos maiores exemplos de resistência popular. As ameaças e as mentiras que rodeiam esse país, não são suficientes para o deixar de joelhos.