João Lucas Leite
23/04/2023
Este texto é uma pequena homenagem a Olga Benário que foi executada a 81 anos atrás em uma câmara de gás pela Alemanha Nazista.
Olga Benário Prestes foi uma militante comunista alemã. Filha de um pai social-democrata Leo Benário e da mãe Eugénie Gutmann Benário, Olga é um símbolo de luta é resistência até hoje, e será enquanto sua pessoa e ideias existirem na mente e no coração dos revolucionários de todo o mundo.
Olga tornou-se membro do Partido Comunista Alemão (KPD), muito cedo, filiou-se a juventude do KPD em 1923, com quinze anos. Era uma membra ativa do partido, uma militante que tinha coragem de tocar atividades que nenhum outro militante tinha de fazer. Olga arriscava-se a fazer os trabalhos do partido no centro da cidade em que nasceu, em Munique, como pixar. Ela era um exemplo de militante para o KPD.
Durante seu trabalho no partido, Olga conheceu Otto Braun, que viria a ser seu namorado. Por conflitos com o pai social-democrata, Olga decidiu mudar-se a Berlim, junto de Otto, onde passaram a fazer os trabalhos do partido. Seu namorado foi preso pela acusação de ser um "espião da Comintern", Olga foi ativa na luta pela libertação dele. Organizou manifestações, etc. Entretanto, seu maior êxito, foi ter convencido o partido de dirigir uma ação de libertação, um assalto a Prisão de Moabit onde Otto estava preso. A ação foi um sucesso, e Olga e Otto fugiram para a União Soviética.
Na pátria dos trabalhadores, Olga e Otto se desentenderam. Otto era muito ciumento, e Olga, como exemplo de uma mulher comunista, proclamava que não pertencia a ninguém, os dois se separaram. Em Moscou, Olga investiu na sua formação político ideológica, ela era apresentada pelo Partido Comunista da União Soviética como exemplo de militante, dedicada, disciplinada, firme e com formação política de um comunista. Lá ela conheceu Luiz Carlos Prestes, que veio ao país após liderar a Coluna Prestes no Brasil, os dois tiveram um relacionamento. Prestes insistia aos dirigentes da Internacional Comunista de que era necessário uma ação no Brasil, de que a revolução brasileira estava encaminhada, a Prestes foi dada a missão de vir ao Brasil trabalhar por essa revolução, e a Olga, como uma comunista de destaque, a missão de proteger e auxiliar Prestes.
No Brasil, foi conduzida um levante armado, que ficou conhecido vulgarmente como Intentona Comunista, o levante foi fortemente reprimido e derrotado pelo governo de Getúlio Vargas. Olga e Prestes viveram na clandestinidade após isso, até que então foram presos pela polícia de Vargas. Prestes e Olga foram mantidos presos, entretanto, como uma vingança pessoal a Prestes pela Coluna Prestes, Getúlio ordenou que Olga fosse escoltada a Alemanha Nazista. Olga estava grávida, era uma comunista e judia, segundo a lei, por ter engravidado no Brasil deveria ter seu filho em solo brasileiro, entretanto, Vargas pouco importava-se com isso. Olga foi levada a Alemanha.
Foi presa em um campo de concentração, onde mesmo sob o cárcere dos porcos nazistas que não tinham o mínimo de piedade ou humanidade, Olga organizou várias atividades dentro da prisão onde foi mantida, falava sempre aos presos que sua prisão era temporária, pois o exército vermelho de Stálin iria liberta-los das mãos do nazismo, organizou cursos de marxismo, etc. Olga foi pega e torturada várias vezes. Deu a luz sua filha dentro de um campo de concentração, Anita Prestes, que pode ser resgatada pela avó, a mãe de Prestes, Olga, por outro lado, não teve o mesmo destino. Os nazistas a levaram a um campo de extermínio, Olga foi assassinada covardemente.
Olga foi uma grande mulher, uma comunista revolucionária, estudou e aplicou na prática os princípios do marxismo-leninismo. Olga é e será sempre exemplo a todos que levantam a bandeira de Marx, Engels, Lênin e Stálin. Uma mulher perseverante, determinada, não vacilava com as atividades do partido. Em sua carta de despedida, Olga escreveu: "lutei pelo bom, pelo justo e pelo melhor do mundo."
Tomemos Olga de exemplo
Bibliografia:
"Olga", Fernando Morais, Editora Companhia de bolso;
"Olga Benário Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo", Anita Leocádia Prestes, Editora Boitempo.