
I
Edição n.3 - 23 de Março de 1946
A formação de quadros em nosso Partido é uma preocupação fundamental da direção nacional, manifestada principalmente na última reunião plenária de janeiro, onde o informe de Prestes abordou com justeza esse problema, que constitui assunto de discussão em quase todos os organismos partidários. Os homens são, de fato, o tesouro maior de nossa luta, o ponto básico de nosso princípio organizativo. Toda a sorte de nossa linha política depende, como bem sabemos, da capacidade da organização em colocá-la em prática. Mas para que a organização cumpra sua tarefa, precisa dispor dos homens à altura da missão, de homens responsáveis, ativos e inteligentes, enfim, de quadros experimentados, com profunda dedicação à classe operária e ao Partido, inteiramente devotado à causa do proletariado e do socialismo.
Mas onde encontrar tais homens? — Esta pergunta, constantemente repetida, foi respondida pelo maior gênio revolucionário de nossa época, pelo mestre V.Lênin, quando disse que a sociedade atual engendra a todo momento novos elementos que por um motivo ou outro ingressam no grande exército de luta do proletariado, Alguns trazendo sua experiência e quase todos adquirindo a consciência de elementos de vanguarda, assimilando a teoria revolucionária, aprendendo que é impossível vencer sem a construção de um instrumento suficientemente unido, poderoso e disciplinado, com um forte Partido Comunista, livre de ideologias pequeno-burguesas, firme e corajoso, isento de aventureirismos e do sectarismo que impedem a sólida ligação do Partido com as mais vastas massas trabalhadoras.
Num Partido como o nosso, resultado da inteligência e da coragem do proletariado e do povo brasileiro, filho das grandes lutas travadas pela emancipação nacional e pelos direitos democráticos num Partido que conta hoje milhares de membros, inclusive um núcleo de dirigentes provados e fiéis, que tem como seu líder Luiz Carlos Prestes, num Partido assim é impossível negar a existência de companheiros, de homens novos e dispostos a tomarem em suas mãos a bandeira de nosso Partido para levá-la à vitória decisiva na grande batalha pela democracia e o progresso de nossa Pátria. Homens existem, e muitos. Os exemplos estão aí, provando o que dizemos. O que falta, portanto, para formarmos os quadros capazes, aqueles a quem devemos entregar a direção de nosso Partido? Quais são as causas das nossas debilidades no terreno de quadros?
Está evidente para todos que o vertiginoso crescimento do Partido, sua enorme influência política, sua inegável responsabilidade diante dos problemas nacionais e do presente e futuro de nossa Pátria, não são acompanhados em igual ritmo pela elevação do nível político e ideológico dos nossos militantes, mesmo de alguns dirigentes nacionais de nosso Partido.
Caracterizando esse fenômeno, o camarada Prestes acentuou, em seu último informe ao Comitê Nacional, que se essa debilidade não for corrigida a tempo pode tornar-se num mal crônico e levar-nos ao marasmo, à estagnação política, à negação de tudo aquilo que desejamos ser: "a juventude do mundo, a esperança, a felicidade para o nosso Povo".
De outro lado é certo que somente agora estamos dando passos seguros na realização de uma justa política de quadros. Condenavamos e ainda condenamos o passado por tudo de errôneo e de falso que representou no problema da formação de quadros. Mas teremos efetivamente uma política de quadros?
Cremos que a ausência de uma política de quadros, de um trabalho organizado e sistemático para a formação, aproveitamento e promoção dos quadros está contribuindo para a crise dos quadros que atravessamos. Crise que existe não pela ausência de uma quantidade enorme de companheiros combativos e abnegados que possui o nosso Partido, mas precisamente por falta dessa política de quadros, tão necessária e urgentemente reclamada por todos nós, em benefício do cumprimento da tarefa histórica que estamos chamados a cumprir.
Como dissemos acima, agora é que estamos dando os primeiros passos na realização de uma justa política de quadros. A Comissão de Organização botou a funcionar a sua Seção de Quadros e prepara o seu primeiro curso de capacitação para dirigentes estaduais, com a duração prevista de um mês.
Está visto que isso não é tudo nem tampouco esperamos resolver com pequenos cursos. Isso não basta, realmente, para termos homens capazes de orientar-se sozinhos em qualquer situação dada e em quem a direção nacional possa confiar nos momentos mais difíceis. Porque hoje é ponto pacífico entre nós que é impossível dirigir um Partido como o nosso, num país de grande extensão territorial e de população tão dispersa, sem que os dirigentes estaduais e municipais possuam iniciativas no mais alto grau, acompanhada de um espírito de responsabilidade proletária digna de nosso passado de lutas, de uma disciplina e flexibilidade verdadeiramente a altura da têmpera exigida pelo nosso Partido.
Estamos cansados de repetir e o nosso camarada Prestes tem explicado mais que ninguém, que a verdadeira escola está na atividade política dos organismos do Partido, na aplicação contínua de nossa linha política. A fórmula de Lênin de "Que cada um pense pela sua própria cabeça", ou a de Thorez que pede para as bocas se abrirem, fórmulas renovadas pela sábia visão de Prestes, em conjunto com a aplicação de uma firme e continuada democracia interna, de nossos princípios de organização, de métodos justos de trabalho nas células e comitês dirigentes do Partido, formam o conteúdo do Partido, formam o conteúdo de nossa política de quadros.
Será difícil, será mesmo impossível para o Partido Comunista realizar uma justa política de quadros, quando em suas fileiras é infringida a democracia interna do Partido, quando não se permite uma livre discussão dos problemas do Partido e das massas nas células e organismos partidários, quando não se dá oportunidade aos jovens militantes de se revelarem, quando não se permite que todo o potencial combativo e a firmeza revolucionária dos novos membros venham à tona por uma falsa compreensão do que são centralismo democrático e disciplina no Partido.
Por conseguinte, uma justa política de quadros é aquela que se fundamenta nos princípios básicos de organização do Partido e nos métodos e normas de organização e que se revela pela escolha acertada dos homens, pela sua promoção em tempo, pelo conhecimento profundo e pelo carinho com seus problemas individuais, na assistência constante ao seu aperfeiçoamento e na sua conservação, isto é, velando para que não se percam, para que não se extraviem do caminho por eles mesmos escolhidos voluntária e conscientemente.
A realização dessa política de quadros exige por parte dos comunistas e especialmente dos nossos dirigentes uma mentalidade nova no seu conceito de ver os homens, na assimilação do tipo de nosso Partido, na compreensão do papel do trabalho da organização partidária.
Pretendo continuar neste assunto mais tarde, queremos chamar a atenção dos nossos camaradas para um aspecto mais negativo que grande de nossos militantes vem apresentando. Principalmente aqueles antigos companheiros, eivados ainda de mentalidade pequeno burguesa, de sectarismo, desse terrível mal que corrói nossas fileiras e que pode gangrená-las. Trata-se da presunção da autosuficiência, da altaneria ridicula, anticomunista e pequeno-burguesa, dos militantes que pensam já serem velhos comunistas, marxistas provados e, por isso, nada mais têm de aprender com os seus companheiros e com as massas.
Stalin sempre causticou esses falsos comunistas advertindo que somente os tolos dentro do Partido é que supunham já se bastarem de conhecimentos e que as massas não podiam mais ensiná-los.
Na realização de uma justa política de quadros o que visamos é formar novos dirigentes, homens que pela sua abnegação à causa dos trabalhadores, pelo seu amor ao Partido, espírito de responsabilidade e disciplina revolucionária, estejam à altura de comandar o glorioso Partido Comunista.
Eis, portanto, alguns aspectos de nossos trabalhos com os quadros, tesouros de nossas lutas, patrimônio inviolável de nossa causa.
Ver os homens tais como são e não como desejamos que sejam.
Ver os homens como indivíduos, "como unidades" e não em bloco, tais os conselhos de nossos mestres no problema dos quadros. Conselho que discutiremos mais adiante, porque representam aspectos de nossa política de quadros.
II
Edição n.4 - 30 de Março de 1946
Apreciando as condiões básicas para uma correta aplicação de nossa política de quadros, verificamos que ela depende de uma justa compreensão e realização da política organica de nosso Partido. Mas a política de organização está subordinada a formação de quadros capazes, de dirigentes bábeis e enégicos, de homens de impulso revolucionário e espírito prático, que possam elevar o nível da organização ao nível da linha política do Partido, que possam de fato levar ao sucesso essa linha política.
No processo de crescimneto de nosso Partido, no desenvolvimento de nossa atuação política e orgânica nestes últimos meses, pudemos verificar a existência de dois tipos de defeitos que impedem a formação de nossos quadros. O primeiro, o da autosuficência, e o segundo, o da perda do equilíbrio, da perda da modéstia revolucionária, que deve ser o apanágio de todo militante comunista.
A autosuficiência, a presunção, dos que julgam não haver mais nada a aprender, tem sua origem no sectarismo e na ausência de espírito crítico e autocrítica desses camaradas, no incompreesão da importância do trabalho coletivo, de não teremo assimiliado a verdadeira essênia e o valor do Partido. Mesmo os que revelaram a maior abnegação revolucionária nos tempos da ilegalidade, agora se acham em dificuldades para assimiliar o conteúdo do Partido legal de centenas de milhares de membros que precisamos ser, e acabam, por isso, sendo um entrave para o crescimento do Partido. Uma vigorosa autocrítica serviria, como indiscutivelmente servirá, para que esses camaradas vejam claro a necessidade do aumento do ritmo de trabalho de nosso Partido e compreendam os métodos mais justos para corrigirem seus defeitos. Dizendo em palavras acatarem as resoluções dos organismos, e que não precisam de segundas explicações ou discussões, na prática recebem as sugestões ou opiniões dos camaradas mais responsáveis e experientes com evidente má vontade e sempre dispostos a terce-las ou, se essas opiniões provêm de elementos mais novos, desprezam-nas sem maior exame. Sob a aparente modéstia de que nada sabem ou de que jamais desejam postos de responsabilidade por não se julgarem à altura dos mesmos, escondem de fato seu espírito vaidoso, sua vergonha pequeno-burguesa, não perguntando as coisas para não demonstrarem falta de conhecimento. Esse o primeiro tipo de camaradas que em alguns cargos de direção do Partido vêm impedindo a formação de novos quadros, porque se julgam insubstituíveis, porque não têm a constante preocupação de conhecer e acompanhar os companheiros que desejam se desenvolver politicamente, que aspiram ascender a postos de responsabilidade em nosso Partido. O espírito audaz nesse tipo de companheiros fica completamente anulado para qualquer promoção de novos membros do Partido, porque são, por sua autosuficiência, os que mais descobrem erros nos seus camaradas, os primeiros a só enxergar defeitos nos que se destacam nas tarefas do Partido. Nesse tipo de camaradas se cria, em geral, o espirito de compadrismo, o mesquinho critério de confiança pessoal, do bom amigo. Ao passo que se embota o espírito objetivo na escolha dos homens, o do critério da escolha pela confiança política, pelo espírito prático e responsável que o quadro manifesta no cumprimento de suas tarefas. Entretanto esse deve ser o verdadeiro critério para selecionar os quadros, para promovê-los e distribuí-los, segundo os ensinamentos de Stálin.
O outro tipo de camaradas, aqueles que perdem o equilibrio, aqueles que podem se perder mais facilmente e que, também como os primeiros, podem ser inutilizados para a ação revolucionária, podendo inclusive servir de instrumento do inimigo de classe. A perda do equilibrio se manifesta em tais camaradas devido aos elogios exagerados a sua ação, devido, as vezes, a uma promoção muito rápida a certos postos de direção, para os quais não estavam bem preparados e devido principalmente à ausencia de espírito crítica e autocrítico. Começam, por isto, pela falta da autocrítica nos organismos, autocrítica coletiva e individual, a superestimarem suas próprias qualidades, degenerando facilmente para a presunção e para a subestimação da capacidade do conjunto em resolver os problemas [não e pura] a atuação individual caudilhesca dos homens insubstituíveis.
Ultimamente temos constatado que essa espécie de camaradas vem aumentando de modo prejudicial, em virtude do método autocrítico de educação revolucionária não vir sendo empregado sistematicamente nos organismos de direção e nas células.
Esta pois [é] uma das maneiras mais erroneas de educarmos nossos quadros. O eloxio exagerado e continuo faz com que perdam a cabeçam, se encham de autosuficiencia, se julguem intocáveis. São impermeáveis a qualquer crítica e assim deixam de ver o [ilegível], deixando de utilizar os métodos revolucionários no trabalho de educação partidária.
A democracia interna, portanto, é a que mais sofre com esses defeitos, resultando na prática a despreocupação pelos homens, pelos companheiros combativos que vêm para o nosso Partido. Mas há outros defeitos decorrentes da infração do centralismo democrático e da disciplina partidária. Há companheiros que não compreendem o papel das direções do Partido, e por isso perdem de vista a importancia da nossa própria unidade orgânica, ideológica e política, sem a qual é impossível ter realmente o instrumento de luta e de emancipação que é o Partido Comunista.
A existencia de tais defeitos no nosso Partido, prejudicando a formação de quadros, pode ser imputada a vários fatores. Um deles é a formação sectária de nosso Partido, sectarismo de que ainda não nos libertamos inteiramente. Outro é o da própria condição da classe operária em nosso pais, cujo atraso técnico e industrial não permite a concentração dos trabalhadores em grandes fábricas e usinas, o que daria ao proletariado maior compreensão da disciplina e da ação revolucionária de massas. Outro ainda, de que o crescimento rápido e continuado do Partido não permite uma atenção maior com os quadros. Embora estejamos em parte de acordo com esses fatores negativos, estamos, entretanto, convencidos de que temos condições de possuir um forte e numeroso núcleo de homens dirigentes, de quadros capazes, dado o imenso desejo e o sacríficio que fazem para aprender se tornarem comunistas, de uma enorme quantidade de militantes do nosso glorioso Partido. A própria existência do camarada Prestes como secretário geral do Partido, como seu lider autentico e amado, é uma prova de que o povo brasileiro pode forjar, como está forjando, homens novos, dignos dirigentes do Partido, dignos companheiros de Prestes. Isso, portanto, depende de nós, quadros dirigentes do Partido.
III
Edição n.5 - 6 de Abril de 1946
Para o nosso Partido realizar uma promoção justa e audaciosa dos seus militantes, com conhecimento de suas virtudes e de seus defeitos; para não olhar os homens em bloco mas sim como unidades, isto é, individualmente; para acompanhar seu desenvolvimento e distribuí-los com acerto; para educa-los política e ideológicamente, se fazia necessário a criação da Seção de Quadros, da Comissão de Organização.
A ausencia de um trabalho específico sobre os quadros, de uma seção de controle e edução que nacionalmente centralise, e estude o problema da formação de quadros, tornava dificil a realização de uma justa política nesse terreno.
De um lado, inclusive nas secretarias técnicas do Partido, seguiamos uma orientação que contrariava todo o critério científico na escolha dos companheiros, isto é, a escolha pela confiança política aliada com a capacidade prática do militante. E a verdade é que ainda continuamos em muitos lugares a escolher dirigentes e auxiliares não porque sejam homens de ação e ligados às massas, mas simplesmente por compadismo ou simpátia pessoal, por escreverem ou falarem bem. Para corrigir tal defeito, impunha-se a criação da Seção de Quadros, da Comissão de Organização.
De outro lado o crescimento rápido do Partido determinava uma enorme dificuldade para o conhecimento de todos os quadros e seu aproveitamento adequado, para que pudessemos dispensar carinho e atenção com os mesmos.
A direção do Partido verificou, assim, a urgência da aplicação da democracia interna e a liberdade de discussão nos organismos, a fim dos novos quadros poderem revelar plenamente todo seu impulso revolucionário, combatividade e sua capacidade de ligação com as massas.
Mas o sectarismo, o espírito ilegal, a mentalidade estreita, a falta de confiança na linha do Partido e nas massas, os falsos métodos de trabalho impediam em diversos organismos a aplicação da democracija interna e o consequente surgimento da capacidade dos novos comunistas.
Ainda há poucos dias, um honesto e velho militante do Partido, secretário de uma célula que conta com perto de 100 membros, dizia-me que era preciso tomar medidas disciplinares imediatas na sua base. Tratava-se de afastar da célula a maioria dos seus membros com exceção de seu secretariado, em virtude dos camaradas não comparecerem as reuniões. Indagando das causas disso e se nessa quase centena de companheiros ele não poderia salvar pelo menos 10 que quisessem de fato o Partido e lutar pela causa do povo, o camarada respondeu-me que ele não acreditava em nenhum.
Esse sectarismo, esse desprezo pelos individuos, essa nefasta política de afastarem massa"(felizmente isso não sucedeu na referida célula), essa maneira errada de organizar sem levar em conta os homens, sem conhecer cada camarada, sem saber dos seus problemas individuais, de suas dificuldades, de suas preferências, sem incentivar sua iniciativa e espírito crítico, todos esses defeitos só podem ser superados por um trabalho sistematizado, pelo controle da Seção de Quadros.
Mas a função principal da Seção de Quadros, sua característica mais essencial neste instante é a educação dos quadros, é a missão de elevar o nível teórico dos nossos militantes, dos dirigentes do Partido.
Armar os militantes, os dirigentes do Partido, com a teoria revolucionária, com a teoria marxista-lenininista-estalinista [Nós do Coletivo não concordamos com a perspectiva stalinista posta!] com o guia de ação mais formidável dos dias de hoje, é a condição que precisamos preencher imediatamente para o fortalecimento do Partido. Essa condição importantíssima vai ser realizada pelo nosso Curso de Capacitação, curso que iniciamos agora e de cuja experiência contamos tirar o máximo de resultados para educarmos os nossos quadros, para revelar-lhes toda a essencia de nossa doutrina socialista e a relevancia da teoria para o movimento revolucionário, para irmos do praticismo para a visão mais ampla de nossa luta e da justiça de nossa causa. O nosso atual curso de capacitação, orientado pela direção do Partido através da Seçãod e Quadros, não resolverá, como já afirmamos, todo o problema da formação de quadros. Um quadro para ser formado precisa continuar seu próprio esforço com a maior assistencia da direção e dos quadros mais responsáveis.
Em todo esse processo, processo de luta, porque ele precisa estar ligado as massas, à sua célula e aos seus organismos de massas, o militante deve compreender o Partido como dirigente das massas, o lutador pelo bem estar das massas. Nesse processo é que o quadro se forma. Depende por conseguinte do seu esforço e depois da assistência política que receber.
Daí chamarmos a atenção das bases do Partido para intensificar a vida política nas células pela discussão ampla e livre dos materiais e de nossa orientação. Daí a necessidade de fazermos com que as células e seus militantes planifiquem e controlem o trabalho de massas, fonte onde se revelarão os verdadeiros dirigentes da classe operária e do povo.
Mas para isso, as direções precisam dar assistência aos comitês e às células. As direções precisam abandonar todo o seu burocratismo, precisam abandonar as sedes e seguir o conselho de Thorez, quando ensina que o melhor dirigiente é aquele que se encontra assistindo seus camaradas, nos organismos inferiores e nas células.
Toda a nossa política de quadros vem assim se ajustando às necessidades urgentes do Partido, procurando suprir a deficiência evidente de nossos quadros de direção, cuja capacidade técnica e insuficiente, cuja assimilação da linha política e da política de organização não foi completada.
E nesta altura dos acontecimentos no mundo e em nossa Pátria, temos o dever tido com a maior rapidez possível. A luta de transpor essa debilidade na formação de quadros dirigentes para o nosso Partido, pela emancipação nacional e pelo progresso, e a democracia está atingindo uma fase decisiva, porque o nosso povo adquire uma consciência política cada dia maior. Devemos nos guiar, pois, para uma justa política de quadros, para a formação de dirigentes a altura das responsabilidades do nosso Partido, pelo critéiro aconselhado por Dimitrov, na seleção, distribuição e promoção de quadros.
Os dirigentes devem ter a mais profunda abneção pela causa da classe operária e fidelidade ao Partido, provados na luta e diante do inimigo de classe: devem ter a mais intima ligação com as massas, vivendo para seus interesses e que as massas vejam neles seus abnegados dirigentes; devem saber orientar-se por is mesmos e não temer a responsabilidade nas decisões, resolvendo por conta própria os problemas que exigem tais resoluções; devem ter disciplina e tempera revolucionária, mantendo a unidade do Partido e sendo irreconcíliavel com os traidores e oportunidades.
Isto é o que exige o momento político de nosso Partido. Isto é o que exige a necessidade do aceleramento do ritmo de nossa luta, do crescimento vertíginosos de nosso Partido.
Fonte: marxist.org
Comments