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Stálin: "O Partido Comunista, Como Destacamento Organizado Da Classe Operária"

Atualizado: 9 de jun. de 2023

J. V. Stálin

 

O Partido não é apenas o destacamento da classe operária. Se quer dirigir realmente a luta de classes, tem que ser, ao mesmo tempo, um destacamento organizado de sua classe. As tarefas do Partido, sob as condições do capitalismo, são extraordinariamente grandes e variadas. O Partido deve dirigir a luta do proletariado em condições extraordinariamente difíceis de desenvolvimento interior e exterior, deve levar o proletariado à ofensiva quando a situação determinar a marcha para a ofensiva, deve afastá-lo dos golpes de um adversário forte quando as condições exigem a retirada, deve infundir nas massas de milhões de operários sem partido, não organizadas, o espírito de disciplina e os métodos de luta organizada, o espírito de organização e de firmeza. Mas o Partido só pode levar a cabo estas tarefas quando é a personificação da disciplina e da organização, quando é o destacamento organizado do proletariado. Sem estas condições não se pode dizer que o Partido dirija verdadeiramente massas de milhares de homens do proletariado. O Partido é o destacamento organizado da classe operária.


A ideia do Partido como um todo orgânico está expressa na conhecida fórmula de Lenin levada ao artigo primeiro do nosso Partido no qual considera este como uma soma de organizações, e aos membros do Partido como filiados a uma das organizações do Partido. Os mencheviques, que já em 1903 repeliam esta fórmula, propunham, em vez dela, o "sistema" de auto-adesão ao Partido, o "sistema" de estender a "condição" de membro do Partido a todo "professor" e "estudante", a todo "simpatizante" e "grevista" pelo fato de que apoiavam o Partido de qualquer forma, ainda que não entrassem nem desejassem fazer parte de nenhuma das organizações , do Partido. Cumpre demonstrar que este singular "sistema", caso houvesse sido adotado em nosso Partido, teria feito inevitavelmente com que este se visse invadido por professores e estudantes e que degenerasse em uma "entidade" confusa, amorfa, desorganizada, que se teria perdido num mar de "simpatizantes", em que se confundiriam os limites entre o Partido e a classe e fracassaria a tarefa do Partido de elevar as massas não organizadas ao nível do destacamento de vanguarda. Cumpre dizer que, com um sistema "oportunista" como este, nosso Partido não teria podido desempenhar o papel de núcleo organizado da ciasse operária, no curso da nossa revolução.


"No ponto de vista de Martov, disse Lenin, os limites do Partido ficam completamente indeterminados pois, "qualquer grevista pode proclamar-se membro do Partido". Que utilidade pode trazer semelhante confusão? Uma grande difusão do "título" de membro do Partido, seu efeito nocivo será o de introduzir uma ideia desorganizadora, a ideia da confusão de classe com o Partido" (Lenin t, VI pág. 21 1, "Um passo adiante dois passos atrás").


Mas o Partido não é apenas uma soma de suas organizações. O Partido é ao mesmo tempo o sistema único destas organizações, sua unificação formal em um todo único, com órgãos superiores e inferiores de direção, com a subordinação da minoria à maioria, com resoluções (práticas obrigatórias, para todos os membros do Partido. Sem estas condições o Partido não estaria nunca apto para ser um todo único organizado capaz de levar ao fim a direção sistemática e organizada da luta da classe operária.


"Antes, diz Lenin, não era nosso Partido uma unidade formalmente organizada, mas simplesmente uma soma de grupos isolados, razão pela qual não existia nem podia existir entre os mesmos outra relação senão a da influência ideológica. Agora, somos já um Partido organizado, e. isto, importa na formação de uma autoridade,, a transformação do prestígio da ideia em prestígio da autoridade, a submissão dos organismos inferiores aos organismos superiores do Partido". (Obra citada, pág. 291).


O princípio da subordinação da minoria à maioria, o princípio da direção do trabalho do Partido a começar do centro suscitam com frequência ataques por parte dos elementos instáveis, acusações de "burocratismo, formalismo" etc.


É ocioso demonstrar que o trabalho sistemático do Partido, como um todo, e a direção da luta da classe operária não seriam possíveis, sem a aplicação destes princípios. O leninismo, em matéria de organização é a aplicação inflexível destes princípios, Lenin qualifica a luta contra estes princípios de "niilismo russo" e de "anarquismo senhorial" dignos de ser postos ao ridículo e lançados fora.


Eis aqui o que diz Lenin em seu livro, "Um passo adiante, dois passos atrás" a respeito dos referidos elementos instáveis:


"este anarquismo senhorial é muito peculiar ao niilista russo. A organização do Partido apresenta-se-lhe como uma "fábrica" monstruosa: a submissão da parte ao todo, da minoria a maioria lhe parece uma opressão... a divisão do trabalho sob a direção dos organismos centrais provoca alaridos tragicômicos contra quem pretende converter os homens em "rodas e engrenagens" de um mecanismo... toda menção dos estatutos de organizações do Partido, leva-o a ter gestos de desprezo e a observações desdenhosas... "de que se pode viver sem estatutos..." Parece claro que os clamores contra o famoso burocratismo não são mais que o meio de encobrir o descontentamento pela composição pessoal, dos órgãos centrais, não são mais do que uma folha de parra... És um burocrata, porque foste designado por um congresso sem minha vontade e contra ela! És um formalista, porque te apoias nas resoluções formais do Congresso e não em meu consentimento! Trabalhas de um modo estupidamente mecânico por que te submetes a maioria "mecânica" do congresso do Partido e não prestes atenção ao meu desejo de fazer parte dos órgãos dirigentes! És um burocrata porque não queres colocar o poder nas mãos do velho grupo de bons compadres"(1) — (Lenin, vol. 6, págs. 310 e 287).



Fonte: marxists.org

 

Notas de rodapé:


(1) Refere-se ao grupo de Axelrod, Martov, Potresov e outros que não se submeteram às resoluções do 2.° Congresso e acusaram Lenin de burocratismo.


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Sobre a Transição do Imperialismo para o Socialismo


“Sob o imperialismo moderno tanto os trustes como os bancos, embora sejam inevitáveis sob o capitalismo desenvolvido, não adotam a mesma forma concreta em todos os países. Ainda menos semelhantes, apesar de sua homogeneidade geral, são as formas políticas dos países imperialistas avançados: EE. UU. da América, Inglaterra França e Alemanha. Uma diversidade semelhante se manifestará no caminho pelo qual a humanidade marcha do imperialismo de hoje para a revolução socialista de amanhã. todas as nações chegarão ao socialismo; isto é inevitável. Mas nem todas as nações chegarão ao socialismo da mesma maneira. Cada uma introduzirá uma característica especial na forma de democracia que adote, na forma de ditadura proletária e no ritmo com o qual realiza a reconstrução das variadas esferas de vida social. A este respeito não pode haver nada mais errôneo no ponto de vista teórico nem mais absurdo, na prática, que pintar o futuro, “em nome do materialismo histórico”, com uma cor uniforme, cinzenta, isto seria como um dos pintores de Suzdal.

(Trecho de um artigo de Lenin, “Uma Caricatura do Marxismo” escrito a princípios de outubro de 1916, publicado pela primeira vez em Izvestia, ns. 1 e 2, 1924. Obras completa vol. XIX, edição inglesa. International Publisher, 1942.) (Lenin referia-se, então, aos maus pintores da aldeia de Suzdal, Província de Vladimir).


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O Materialismo Histórico E Seus Críticos


Os “críticos” de Marx ridicularizam a teoria do materialismo histórico, mostrando seu paradoxo, no sentido de que fenômenos tais como filosofia, moral, arte e ciência, são explicados por simples interesses materiais . Um tal modo de entender Marx nada revela senão a ignorância e incapacidade em compreender o marxismo. Marx não diz que os referidos fenômenos são explicados exclusivamente pelos interesses econômicos; diz apenas que a base desses fenômenos, sua origem em última análise, e as causas de sua evolução, deve ser procurada na evolução da técnica e das relações sociais que se criam no processo do trabalho. Sua evolução não é determinada exclusivamente pelos interesses econômicos; somente se diz que seu conteúdo e sua forma são causados pelos fatores acima referidos. Querendo esclarecer e compreender o porquê do aparecimento e da realização de tal ou qual fenômeno, devemos antes de mais nada travar conhecimento com os interesses materiais dos homens e com o estado da técnica antes do aparecimento do fenômeno e analisar as relações econômicas e sociais devido a esses interesses e ao desenvolvimento da técnica; somente então é que poderemos compreender porque surgiu ou se realizou este ou aquele fenômeno na sociedade e na vida social.

L. A. Tcheskiss

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